A Quercus encontra-se a coordenar um projeto de “Conservação e Gestão orientadas para o Mexilhão-de-Rio (Margaritifera margaritifera)”. Esta espécie encontra-se criticamente ameaçada a nível nacional e europeu, por esse motivo a Quercus explica a importância da sua preservação e como podemos identificar esta espécie nos nossos rios.

M. margaritifera, também conhecida por mexilhão-de-rio é uma espécie nativa dos rios e riachos europeus e, normalmente, vive enterrada ou parcialmente enterrada em substratos do leito dos rios que têm manchas arenosas rodeadas por pedregulhos e grandes rochas. A Quercus destaca que: “Esta espécie habita principalmente rios de montanha, de águas frias, e atinge uma longevidade significativa”. Nos últimos anos, o desaparecimento do mexilhão-de-rio tem vindo a fazer parte das preocupações e projetos da comunidade científica e a Quercus tem vindo a contribuir nesse sentido com a coordenação de uma ação para a “Conservação e Gestão orientadas para o Mexilhão-de-Rio ( M. margaritifera )”.
Estes bivalves podem viver mais que a espécie humana, mas neste momento a sua presença é tão escassa que estes parecem não ser capazes de se reproduzir. A distribuição geográfica desta espécie já foi ampla, desde a Sibéria até à Península Ibérica, onde normalmente habitavam nos rios mais a norte. No último século, estes moluscos desapareceram de 90% do seu habitat natural. De acordo com a Quercus um dos principais problemas que afecta esta espécie é a sua “relação estritamente dependente da presença de peixes nativos hospedeiros da família Salmonidae”.
Também estes peixes foram desaparecendo dos rios devido à alteração do seu habitat natural através da construção de barragens e ação humana. O mexilhão-de-rio está ainda afetado pelas alterações climáticas, que têm causado uma diminuição do caudal dos rios nas últimas décadas, com especial incidência no verão. Atualmente, em Portugal, as populações de M. margaritifera estão confinadas apenas a oito rios pertencentes às bacias hidrográficas do Douro (Sub-bacia do Tua: rios Tuela, Rabaçal, Mente; Sub-bacia do Paiva: rio Paiva, Sub-bacia do Tâmega: rios Beça e Terva) e do Noroeste (Cávado e Neiva).
O projeto “Conservação e Gestão orientadas para o Mexilhão-de-Rio (M. margaritifera)” é coordenado pela Quercus, e cofinanciado pelo POSEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos) e pelo Fundo Ambiental. O investimento do projeto é repartido pela componente técnico-científica, pela requalificação de infraestruturas (Posto aquícola de Castrelos – Bragança) e pela comunicação e disseminação do mesmo.
A componente técnico-científica está assegurada pelo Consórcio MCG Margaritifera, constituído pelo Instituto Politécnico de Bragança, Faculdade de Ciências – Universidade de Lisboa, ICETA/ CIBIO-InBio – Universidade do Porto, Universidade do Minho, Freshwater Lda, BIOTA Lda e Universidade de Aveiro.

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